Olá família G6PD!

Vamos falar sobre os corantes e a deficiência de g6pd.

Ainda existe muitas controversas sobre a deficiência de g6pd e os corantes, hoje além de disponibilizar a tabela dos corantes, eu irei falar como a tabela surgiu.

Para isso preciso contar como foi minha tragetória com a deficiência de g6pd e as informações e orientações médicas quanto aos corantes.

Assim como toda família g6pd, ao me deparar com o resultado do teste do pezinho do Arthur, eu logo corri atrás de informação, ao entender que o Hematologista é o médico que faz o acompanhamento da deficiência de g6pd, eu não perdi tempo e não sosseguei até achar um que me passasse segurança.

No começo foi muito dificil, o que me fez ir em muitos profissionais diferentes em um espaços muito curto de tempo, tinha semana que eu tinha consulta com mais de um profissional (loucura né?)

Isso pelo fato de que eu não sentia confiança nas orietações, primeiro por eu estar estudando a deficiência, segundo por que diante de uma simples pergunta como “porque e quais corantes eram restritos?” os profissionais nunca tinham respostas, sem falar que uns diziam que apenas os corantes que marcava a lingua era restritos, outros diziam que os azul, roxos e verdes eram restritos, uns diziam que todos eram restitos, outros diziam que nenhum era restrito, o que dava cada vez mais nó na minha cabeça.

Foi então que eu decidir ir além, ao invês de procurar respostas questionando os profissionais, comecei a buscar toda informação possivel sobre cada itém que consta na lista de restrição, eu pesquisava a substância mais a estrutura molecular dos corantes, foi então que desvendei o mistério.

Ao estudar as estruturas molecular de todos os corantes liberados pela anvisa, descobri que muitos corantes possui SULFAS e NAFTALENO na sua estrutura molecular, por tanto, trazem o risco de hemólise.

Mas porque os profissionais não sabiam me responder o motivo dos corantes ser restritos e quais seriam restritos? Isso porque eles se baseiam no histórico de hemólise pelo corante, e não pela estrutura molecular dos corantes.

Ou seja, cada profissional orienta seu paciente segundo o histórico de hemólise que ele acompanhou ou leu a respeito. Isso pelo fato de que Hematologista não é um bromotologista (profissional que estuda as substâncias alimentares). De fato é dificil para um hematologista selecionar quais seriam os corantes restritos.

Ao entender isso, eu me dispus a elaborar a Tabela dos corantes, minha base foi de fato selecionar os corantes que possuem SULFAS e NAFTALENO na estrutura molecular, foi então que nasceu a tabela dos corantes que hoje, é replicada por muitos profissionais dentro do Brasil.

Por muitos anos os corantes caramelos II, III e IV fizeram parte da tabela de corantes restritos, mais ou menos em 2016 o caramelo III foi retirado dos restritos.

Minha história com a restrição dos caramelos foi diante da afirmação de alguns profissinais, mais os relatos de hemólise pelos corantes caramelos II e IV que acompanhei.

Sei que atualmente alguns profissionais afirmam que todo corantes caramelos são liberados, mas diante de falta de evidências (aos meus olhos), eu não sinto segurança em afirmar tal liberação. Um detalhe que observo nas alegações é sobre a estrutura dos corantes caramelos e sua larga liberação fora do Brasil, mas o que muitos esquecem ou ignoram é que o corante caramelo utilizado fora do Brasil não é com a mesma estrutura dos corantes caramelos no Brasil. No Brasil existe um abuso de mais de 70 % da substância, coisa que dentro dos Estados Unidos e em muitos países da Europa não é permitido.

Mas assim como qualquer corante a decisão final de consumir ou não consumir é sempre dos pais, tome a decição que mais te trás segurança, eu não estou aqui para dizer que sua escolha é certa ou errada, afinal eu sou responsável pelo meu filho e você é responsável pelo seu não é mesmo?

Lembre-se também que a lista de corantes artificiais usados fora do Brasil é muito menor do que os corantes utilizados no Brasil, isso porque fora do Brasil muitos desses corantes são proibidos.

Dentro do Brasil os corantes recebem um código de identificação determinado pela Anvisa, muitos me perguntam como identificar se um corante é liberado ou restito, também perguntam se nos rótulos vem o nome dos corantes ou apenas o código.

Pelas regras da Anvisa os rotulos devem conter o nome e o código INS do corante.

É bom ressaltar que nem todo código INS é referente a corantes e que para deficiência de g6pd apenas os códigos dos corantes deve ser sua preocupação, não se preocupe você não precisa memorizar as centecas de códigos INS de aditivos alimentares, não, você não precisa!

Para os corantes o código INS vai de 110 a 190, os códigos dentro dessa numeração se referi aos corantes naturais, artificiais, sintéticos, inorganicos, na tabela está definido os INS dos corantes que você deve evitar. Qual INS que não conste na tabela você não precisa se procupar, pois será liberado, por ser um aditivo alimentar, ou um corante liberado. Você precisa apenas se atentar a esses códigos INS a baixo.

Código INS dos corantes artificiais:

• INS 102 Tartrazina
• INS 104 Amarelo de quinoleina
• INS 110 Amarelo crepúsculo
• INS 122 Azurrubina
• INS 123 Amaranto
• INS 124 Pompeu 4R, vermelho AC
• INS 128 Vermelho 2G
• INS 129 Vermelho 40
• INS 131 Azul Patente
• INS 132 Azul indigotina
• INS133 Azul Brilhante FCF
• INS 142 Verde rápido
• INS 150b Caramelo II
• INS 150d Caramelo IV
• INS 151 Negro Brilhante BN
• INS 154/155 Marron FK / HT
• INS 180 Litol Rubina k

Você pode fazer download da Tabela dos Corantes