Deficiência de G6PD: Toda Vitamina k é restrita?

Olá família G6PD!

Hoje vamos falar sobre a restrição da Vitamina k, trouxe um resumo de um dos estudos que deixa bem claro essa questão. O estudo é muito longo e em inglês, então traduzi uma parte e trouxe o resumo final do mesmo para que todos possam entender.

Antes da leitura do estudo, vou facilitar as nossas vidas e já responder a nossa questão, a restrição da Vitamina k se deu por muito tempo por suspeitas dela ser indutora de hemolise, porém não a simples vitamina k dos alimentos ou dos suplementos vitaminicos, mas sim a vitamina k administrada nos recçem nascidos na maternidade, temos outros textos aqui no site falando sobre isso.

A vitamina k em alimentos ou em suplementos vitaminicos na realidade nunca foi restrita, e continua não sendo. Realmente a maior preocupação é a Vitamina k ministrada na maternidade, que ainda sim é aplicada dita hoje por muitos estudos como segura para Deficientes da enzima G6PD. E ainda que fosse restrita continua sendo ministrada entrando como risco x beneficios.

Ao ler o resumo desse estudo você irá compreender que não existe restrição para vitamina k em alimentos ou em suplementos, sendo assim não existe necessidade de restringir um suplemento vitaminico que contenha alguma dose de vitamina k, caso seu uso seja necessario.

Effect of vitamin K1 on glucose-6-phosphate
dehydrogenase deficient neonatal erythrocytes
in vitro
Michael Kaplan, Dan Waisman, Dalia Mazor, Cathy Hammerman, David Bader,
Ayala Abrahamov, Naomi Meyerstein

“Quando a profilaxia com vitamina K foi introduzida pela primeira vez, foi utilizada a menadiona solúvel em água (vitamina K3). Esta preparação de vitaminas pode ser um forte oxidante. A administração de altas doses desse medicamento, tanto em recém-nascidos quanto em mulheres grávidas, esteve associada ao desenvolvimento de hemólise severa, hiperbilirrubinemia e câncer, principalmente em prematuros.

Os neonatos deficientes em G-6-PD estavam em maior risco para o desenvolvimento dessas complicações. A administração do vitamina K1 solúvel em gordura não estava associado a essas complicações e agora é a forma recomendada da vitamina. Usando um método in vitro, Shahal e cols.17 estudaram o eVect de vitamina K3 e K1 em G-6-PD normal neonatal eritrócitos. A vitamina K3, quando incubada com eritro-rocitos, causou danos oxidativos, como evidenciado pelo aumento do conteúdo de metahemoglobina e pela depleção de GSH. Por outro lado, a vitamina K1 não causou esses efeitos, após a incubação in vitro ou após a administração terapêutica.

A vitamina K1 é administrada com segurança tanto a G-6-PD normal quanto deficiente por muitos anos, e não tem sido implicada como causa de hemólise importante. capacidade antioxidante das células neonatais normais G-6-PD,  estávamos preocupados a vitamina K1 pode possivelmente causar danos oxidativos nas células deficientes em G-6-PD e, portanto, ser responsável pela hemólise de baixo grau documentada nesses neonatos.  Seria interessante ter realizado um estudo controlado e invivo do efeito da vitamina  K1 de recém-nascidos deficientes em G-6-PD. No entanto, como os recém-nascidos deficientes em G-6-PD  toleram profilaxia com vitamina K1 sem evidência evidente de hemólise grave e, como a retenção da vitamina K1 pode estar associada a hemorragia com risco de vida, não é possível justificar eticamente o atraso na administração de vitamina K1 para fins.  Foram estudados vários sistemas in vitro para testar o efeito hemolítico de drogas em células sanguíneas deficientes em G-6-PD, para tentar imitar a situação in vivo.

Os resultados de nosso estudo sugerem que a vitamina K1 não causa dano oxidativo significativamente maior nas células sanguíneas vermelhas deficientes em G-6-PD do que nos controles, e que a hemólise aumentada encontrada nos neonatos deficientes em G-6-PD não pode ser atribuída a rotina de administração de vitamina K1”

Referências:

Valaes T. Severe neonatal jaundice associated with glucose-
6-phosphate dehydrogenase deficiency: pathogenesis and
global epidemiology. Acta Paediatr 1994;Suppl 394:58-76.
2 Kaplan M, Abramov A. Neonatal hyperbilirubinemia
associated with glucose-6-phosphate dehydrogenase defi-
ciency in Sephardic-Jewish infants: incidence, severity and
the eVect of phototherapy. Pediatrics 1992;90:401-5.
3 Kaplan M, Vreman HJ, Hammerman C, Leiter C, Abramov
A, Stevenson DK. Contribution of haemolysis to jaundice
in Sephardic Jewish glucose-6-phosphate dehydrogenase
deficient neonates. Br J Haematol 1996;93:822-7
Em breve trarei mais estudos cientificos para vocês. E como podem ver a preocupação com a vitamina k era na sua forma intravenoso, ou seja, sua ingestão seja por alimento ou suplemento vitaminico nunca nem foi citado em estudos, pois nunca houve relação de hemolise a estas formas de ingestão.

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